terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Os/as assentados/as


Milhares de familias fora pro sul do Pará atras duma terrinha.
Viram os que se fizeram tubarões e os tubarões já formados. Assim, probres e grileiros se bateram nas terras do sul e sudeste daquele estado.
Muitos foram assentados pelo INCRA, muitos eram posseiros que, via assentamentos, foram "protegidos" pelo Estado.
Mas o abandono destas comunidades é enorme. Porque o gado vicejou na região? porque tanto gado em área de assentamento?
Vários depoimentos colhidos pela equipe do IIEB dão conta de que, uma vez assentados, estas famílias foram abandonadas pelo Estado. Foram para a terra para plantarem alimento.
No começo plantaram. Mas e cadê o "comércio"? Ou seja, para comercializar aonde? Imaginem uma comunidade há 130 km da sede municipal há 20 anos atrás? A estrada hoje é precária e ha décadas? Abandonados, passando necessidade, o gado surgiu como alternativa, porque o boi vai a qualquer lugar, basta tanger a boiada pela picada. O atravessador com seus caminhões bem trucados também.

Neste país em que virou moda culpar os pobres por tudo - pelo desmatamento, pelas enchentes e desabamentos nas cidades, é preciso que se diga que o gado naquela época surgiu como alternativa econômica em assentamentos abandonados pelo Estado. Acresce que as politicas públicas e financiamentos era direcionados para....gado. Varias vezes os/as assentados/as disseram: a gente que financiamento pra fazer "cultura de planta". E o estado disse: que nada o negocio é gado. E tome pauta de exportação de carne. E tome gado. e tome latifundio. E tome casa grande e senzala.

Na foto a comunidade de Sudoeste (reparem no tamanho).

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