Ola a todos/as
época de natal, me sinto tentato a fazer uma postagem água com açúcar. resolvi então falar de coisas leves e ao mesmo tempo sérias.
Lendo uma entrevista recente de Manuel Castells, o cara dizia uma coisa bem interessante que tem tudo a ver com o trabalho que fazemos na Amazônia e que não está sendo refletido com acuidade por nós todos/as.
Ele fala que, está emergindo "culturas econômicas alternativas", no caso europeu, motivadas pela grave crise econômica em que se debate aquela parte do mundo: "São práticas econômicas, mas que não são motivadas pelo lucro – redes de
escambo, moedas sociais, cooperativas, autogestão, redes de
agricultura, ajuda mútua, simplesmente pela vontade de estar junto,
redes de serviços gratuitos para os outros, na expectativa de que outros
também proverão você. Tudo isso existe e está se expandindo ao redor do
mundo." Engraçado é que os pensadores do centro e da periferia, descobrerm a roda. A chamada "economia social em Portugal", há 8 anos atrás era 30% da eocnomia, norte da Italia e por ai vai. Continua o Manuel: "Na Catalunha, 97% das pessoas estavam engajadas em atividades econômicas não-capitalistas. Bem, estão entre 30-40 mil os que são engajados quase
completamente em modos alternativos de vida. Eu distinguo pessoas que
organizam a vida conscientemente através de valores alternativos de
pessoas que têm vida normal, mas que têm costumes que podem ser vistos
como diferentes, em muitos aspectos. Por exemplo, durante a crise, um
terço das famílias de Barcelona emprestaram dinheiro, sem juros, para
pessoas que não são de sua família." No Brasil temos a economia solidária com um leque de milhares de empreendimentos econômicos solidários ao redor do Brasil experimentando formas invadoras de organização. O ultimo ingrediente acrescentado por Manuel Castells é a sociedade em rede.
Portanto, desafios se colocam para o ano de 2013 nas nossa prática no sul do Amazonas: evitar que as formas de reprodução da vida das populaçoes com as quais trabalhamos se descolem de suas formas de sociabilidade; fazer com que o desenvolvomento local seja calcado nesse amálgama e, finalmente, pensar novas institucionalidades capazes de dar conta desse desafio de modo criativo.
Feliz natal!
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