Ola a todos/as
domingo de manhã, dia abafado no Rio de Janeiro resolvi postar tematizando algo que tem me incomodado de uns poucos dias prá cá que é o perigo da acomodação metodológica, vamos chamar assim.
Após seis anos de trabalho no sul do Amazonas, eu muitas pessoas com quem trabalho estão extremamente cansadas e essa exaustão está fazendo com que nós percamos o tino. É muito comum em trabalhos semelhantes ao que fazemos na amazônia, que, num determinado momento, se chegue a uma espécie de teto e nós nos vejamos fazendo bem o que sempre fizemos sem percebermos que estamos engessados. É a hora de reinventar tudo como intervenççao e como profissionais.
Esse tipo de situação nos leva a consequencias.
Uma é quando circulamos em torno de uma práxis que se tornou rotineira, elemento que torna mais dificil rupturas metodológicas desejáveis. É neste momento, que nos agarramos a formatos de intervenção social consagrados ou tradicionais ou costumeiros que tomam ares de novidade ficando pautados e amarrados.Isso acontece muito com quem trabalha com associativismo de base comunitária. Ora, se percebemos a potencialidade do associativismo para sustentar processos políticos importates, muitas vezes deixamos de perceber que, ao lado destas organizaçoes tradicionais, formatos outros podem nascer, estão em sementes, são potenciais. Obviamente formatos organizaconais "antigos" podem ser reiventados é claro, mas não podem nem devem ser consagrados.
Assim, muitas vezes, perdemos nossa capacidade de criação e inovação, não avançamos nas tecnologias sociais, mas nos contentamos a fazer bem o mesmo e aperfeiçoar o consagrado - o problema que se coloca é com a resistência do tradicional em se renovar.
Outro perigo é padecermos da síndorme do morto muito doido, vcs ja viram esse filme ridiculo mas engraçado? Três caras, um deles morre e os outros dois ficar carregando o falecido como se ele estivesse bêbado porque ninguém podia saber que o cara havia morrido.
Transversalmente, nós agentes que trabalhamos com grupos populares, na Amazônia ou fora dela, temos que ter consciência de nosso ponto de exaustão, ou seja, quando não conseguimos dar mais nada por esvaziamento de perspectivas, por gosto de desafio, por vontade de voar pra outras árvores ou consciencia da incompetência e inadequação para o momento em que estamos vivendo naquela intervenççao social. A competência política de atores sociais com forte interação com populações e povos tradicionais, com grupos populares de vários tipos e formatos, depende de nossa capacidade ou vontade de subverter nossa práxis em direçao ao "novo".
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