domingo, 9 de dezembro de 2007

A conferencia municipal de meio-ambiente


Goianesia possui uma frágil e aindas nascente sociedade civil. Me gusta ver o quanto lideranças de tranalho anterior que realizei com alguns/mas companheiros/as deu frutos. Frutos tortuosos, é claro, mas frutos. Aqui na foto, a plenára da Conferência municipal do meio-ambiente. Infelizmente as pessoas aind t~em que entender a trnsaversalidade do meio-ambiente em todas as políticas públicas. Na minha fala, disse aos/às presentes que ali estavamos discutindo não a preservação da natureza mas da espécie humana. Essas coisinhas simples...

Ainda o Janari


Prometi ao Orlando colocar mais fotos de Goianesia, da área urbana principalmente.
Mas não tenho, aqui meu amigo, vou procurar eu prometo. Foto de mato e abandono não tem lá muita graça.
Mas essas do Janari dão uma medida das condições de vida de lá. O saneamento é precário, o abastecimento de água é inexistente e as pessoas usam poços e fossas. População agrícola, como já disse, a comunidade tem uma escola municipal e uma estadual de ensino médio. Ocorrem casos de hanseníase, alguns casos de envenenamento por agrotoxico. Fica proxima ao lago de Tucuruí, logo, passou por sérios problemas de mil deseuilibrios ambientais causadas pela represa.

De volta ao Janari


O Janari representa cerca da metade da imensa zona rural de Goianesia.
Encontrei algumas coisas mudadas também lá. Os serviços de saúde eão no Janari, coisa que a região era completamente descoberta. Mas ainda é insuficiente mas a população cobre bem das autoridades. A vila do Janari cresceu bastante, mas dá pena de ver o quanto de abandono também tem por lá. A agricultura familiar está no chão, a casa de farinha abandonada, as organizaççoes sem alternativas.
A prefeitura, por sua vez, não consegue implementar alternativas, e assim a vida segue vazia, sem perspectivas, mas com alguma esperança...

De volta a Goianesia


depois de mais de dois anos retornei a Goianesia do Pará.
Que saudade dos meus amigos. Só deixei amigos lá. E lá passei pelas experi~encias mais legais da minha vida, onde as pessoas só me ensinaram.
Encontrei a cidade bastante mudada, mais oimpa, arborizada, com praças, locais públicos etc. Achie também mais democrática - com conslehos funcionando. Achie meus amigos mais esperançososo no futuro. Mas achei também a cidade mais insegura por c ausa da crise das serrarias e madeireiras.
Tudo está a se construir naquela cidade. Eu gosto disso e vou dar meu jeito de ajudar, mesmo que a distância.
Na foto, uma panorâmica da paisagem local.

segunda-feira, 30 de julho de 2007

A figuraça


Essa figura barbuda ai é o Mucura. Sabem que não sei o nome dele, apesar de sermos muito amigos? Agente de pastoral, baixinho, barbudao pai de uns 4 filhos, o Mucura deve ser mais novo que eu, mas já é um caboclo curtido dessa Amazonia. Muruca é um tipo de Gambá. maldade pura com meu amigo...

Em Novo Aripuanã de novo...


minha terceira vez em Novo Aripuanã no Amazonas.

dessa vez a oficina foi realizada. Participaram cerca de 50 pessoas de diversas comunidades na beira do Madeira, Ariouanã e Maripaua. Cada vez que chego lá as coisas estão mais perigosas. Os grileiros estão entrando em conflito armado com algumas comunidades, é uma briga desigual: a escopeta contra a espingardinha de caça, uma covardia. Os velhos batalhadores já estão desnimando, a exemplo de Padre Ramiro. A desorganização social e política é muito grande, a fragmentação também. A situação ali é desesperadora, acho que até mais que nos outros municípios onde atua o Consórcio.

Em Boca do Acre morreram dois agricultores, em Lábrea a grilagem matou duas lideranças novamente, em Humaitá a pressão sobre o Pacto Amazônico não refresca.

O que será da Amazonia afinal?

Na foto - tirada de celular, logo uma porcaria - um exerto da plenária da oficina.

outro movel


reparem este movel aproveitou os defeitos do tronco...e lindo mesmo

Um cansaço extremo


as pessoas até pensam: ah trabalha viajando q bom né?

Eu acho, mas não sabem como é cansativo, horas e horas na frente de um grupo de pessoas na maior expectativa com exigências mil. Embora ache que não deva interferir na vida daquela comunidade, não consigo deixar de me posicionar, quando solicitado é claro. Um exemplo dessa postura é a movelaria da COMAPA. As pessoas estavam pressionadas pela necessidade de alternativas de geração de renda. Como conhecia a experiência das oficinas caboclas, tinha os conattos do IPAm, porque não?

Na foto, um movel produzido ainda na capacitação do pessoal da COMAPA, mostra que é um troço bem promissor. O IPAM está dando maior apoio ao pessoal do Igarapé do Anta...

Na BR 163


De novo estive em Santarem, no Igarapé do Anta.

Confesso que quando sai de lá há uns dosi meses sai desanimado devido a reviravolta na aleição da cooperativa COMAPA.

Mas eis que o novo presidente me surpreendeu. Um cara novo, o carracao comunitário quase completado, a oficina de movelaria em plena montagem.

Mas me preocupa o negocio do plano de manejo que o INCRA está sentado em cima e não libera. A comunidade quer manejar a floresta mas ilegalmente não dá. Botei o ministerio público na cola do INCRA.

Na foto uma tomada do enceramento da oficina

sábado, 30 de junho de 2007

Novo Arupuanã de novo...


Novamente estive em Novo Aripuanã. Infelizmente a oficina nao transcorreu conforme eu gostaria, mas enfim...Vai haver nota tentativa, agora com articulação mais direta com as comunidades.

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Novo Aripuanã

Na chega dos rios Madeira e Ariouanã, bem naquela esquina, fica Novo Aripuanã. Cidade pequena, muito pobre, mais uma das aventuras da colonização da Amazonia. A cidade conta com uma infra-estrutura precaria, as ruas são largas porque era um antigo projeto de colonização, mas sua situação é muito ruim, impressionante o abandono da cidade. Nossa estada lá foi muito interessante. Porém, não conseguimor fazer a ofocina do programa FORTIS na localidade porque as organizações presentes avaliaram que carecia de representatividade. daí remarcamos para maio. Mas a impressão que fiquei foi de uma fragilidade imensa. Acho que será um grande desafio ali em Novo Aripuanã.

Tinhamos agenda em Apui. Mas... a estrada estava inundada pela chuva e tentamos dois sair de la inutilmente. tivemos que pegar o barco para Borba e da aviao pra Manaus...

A oficina


a oficina do programa em Manicoré foi bem interessante...representativa, apesar de não contar com mais de 30 pessoas. Creio que a grande ausência foi a organização indigena local, denotando o distanciamento entre as organizações indigenas e não indigenas. outra coisa é o clima de competição existente entre as organizações locais...Há mal entendidos e ciumeiras. Todo resolúvel....

sexta-feira, 18 de maio de 2007

De novo no Sul do Amazonas... Manicoré




Novamente nas lidas do programa de Fortalecimento do Sul do Amazonas (FORTIS), eu e Ailton retornamos a aquelas paradas lá. Nossa primeira cidade a partir de Manaus foi Manicoré. Lá ha uma teia organizativa bem interessante - Consleho Nacional dos Seringueiros, Sindicatos agroextrativistas, cooperativas, universidade, prefeitura etc. Apesar desse tecido social, a fragmentação ainda é muito grande. O desafio continua - construir sociedade civil forte para que ela consiga exercer o monitoramento sobre a floresta, seja ator/atriz nessa luta contra o desmatamento da Amazônia.
Na foto, vista da cidade a partir do rio Madeira.

S. Sebastiao


Linda essa igreja de S. sebastião, na cidade onde fui na semana seguinte que a Juruti. Linda, povo lindo, amigos lindos/as, maravilhosos/as. Chato foi ficar socado no hotel, afinal meus keridos/as tinham q voltar pra seu pouso a noite, tinham seus compromissos.
E viva o MST

E agora José???


... a comunidade está em polvorosa... E agora? como a comunidade vai conviver coma grande empresa? como ela vai se organizr para, de fato exercer algum controle sobre a empresa e coibir seus impactos? Como passar da resist~encia à insurgência nessa questão? Há condições de Juruti ser paradigmatica para a sociedade civil? Tudo pode acontecer...Mas punk mesmo é a renitência da empresa. A questão das populaççoes tradicionais para ela não é questão. Acho que ela se acercou das comunidades tradicionais de Juruti de maneira preconceituosa e auto-centrada. Vamos ver....
será que o pôr do sol no Amazonas em Juruti vai continuar assim cheio de esperança?

Juruti


Há alguma semanas eu e meu amigo Ney estivemos em juruty, no Pará. Ali, um grande projeto de mineração da ALCOA está sendo implantado. Grande parte da comunidade está em pé-de´guerra contra os vários impactos que estão sendo causados pela empresa. Juruti é uma cidade pequenina na beira do Rio Amazonas, impactada pela transnacional.

terça-feira, 17 de abril de 2007

As belezas do Purus


Observem,

parece uma epifania (corram ao dicionário porra).

mas não, é apenas uma imagem do Purus depois da tempestade...

De novo em Lábrea


A conversa com os atores de Lábrea foi boa.

desta vez, senti menos fragmentação, mais vontade de sinergia. O pessoal da CPT e do CIMI colocaram-se de maneira propostiva e interessante. Boa da vez foi a presença de Adriana no IBAMA local - haviamos conhecido a figura em humaitá em janeiro. Já se avizinha dela desempenhar um papel central em Lábrea.

A agenda ficou boa, na minha opinião. Os atores com quem dialogamos estã num espírito de sinergia, e creio que a colaboração já existente entre eles vai se tornar "sinérgica" (rs).

Voltando à cena

Pois é pessoal.
Viajei um pourquinho, mas gosto de postar com fotos, dai relaxei.
Estive semana passada no Amazonas de novo na articulação do Programa FORTIS do IIEB. Novidades mil.
O objetivo dessa nossa viagem foi a construção das agendas do programa em tres cidades do sul do Amazonas. Tudo correu bem, com desafios mas bem.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

O ouro



Na bateia, o ouro...
As fotos agradeço ao Paulo do IDAM

A grota

Não dá para se ter idáeia da devastação do garimpo por pequenas e poucas fotos. Mas a mecânica é simples. Geralmente o ouro é descoberto no rio. aí que começa o garimpo. Imediatamente oa garimpeiros começam a garimpar nas margens. Aí usam um maquinário pesado e relativamente simples para transformam em lama a terra que é peneirada diversas vezes. O trabalho com a bateia vai separando o ouro da lama. Num garimpo não trabalha só o cara que tira ouro - já disse que um "setor de serviços" rústicos havia tomado forma no Eldorado. Mas mesmo no trabalho direto de garimpagem existe uma divisão do trabalho. nem todos os 4 (ou 6) mil pessoas que estavam no garimpo são donas de suas grotas. muitas trabalhavam para o dono da grota - geralmente da primeira leva de descobridores do garimpo.

Ainda o garimpo


No garimpo, aous poucos vai se montando toda uma infra-estrutura necessária à atividade: supermercados, cabanas cobertas com plástico e amarrado às árvores.. Também putas, cantinas, pequenos restaurantes, mesa de sinuca. A sujeira é tremenda. Imaginem 4 mil pessoas fazendo suas necessidades no meio do mato. O garimpeiro é um tipo humano ainda pouco conhecido, nas cidades grandes entram no rol dos tipos brasileiros lendários. Conheci dezenas. Aventureiros, donos do seu nariz, esforçados e trabalhadores. Um conhecido garimpava na Guiana com lama pelo peito. Outro, andou tres dias pela floresta fechada atrás dum garimpo no Pará. Já outro havia garimpado mais de 4 quilos de ouro numa semana até que a polícia invadiu o garimpo e roubou o ouro de todo mundo sob ameaça de morte. No Mato Grosso ser garimpeiro é sinônimo de ser desordeiro: "teve festa na comunidade mas teve briga porque tinha muito garimpeiro".

Na foto aí de cima podemos ver a grota...

No garimpo

Poucas fotos do garimpo. leonardo tem bem mais. Mas no Eldorado montou-se uma autêntica cidade. Quando se chega no local, a impressaõ que se tem é de estar chegando em outra cidade. A capacidade destruidora de um garimpo é enorme. As pessoas são como gafanhotos na mata, fuçando a terra, destruindo tudo, arrancando o ouro da terra com pressa, atenção, tensão marcada no rosto. Na FLONA do tapajós, os caboclos contam que a floresta avançava até o meio do rio em varios trecos que margeiam a floresta - eles para chegarem ao rio, saiam da margem e atravessavam igapós. Hoje o Tapajós tem prais brancas enormes. O mercurio usado nos garimpos de Itaituba além de envenenar os peixes, destruiu a floresta.

O garimpo


“O garimpeiro chega em qualquer lugar”, nos disse uma amiga ainda em Porto Velho. Com efeito ela, trabalhando com indígenas tem testemunhado diversas terras pertencentes a estes povos sendo invadidas por garimpeiros e alvo da ambição dos grileiros. Geralmente os garimpeiros são a bucha-de-canhão da ação dos predarores mais organizados. Em Apuí havi sido descoberto um garimpo. Quando cheguei em casa lá estavam 2 paginas n´”O Globo” sobre o “Eldorado da Amazônia” ou “Eldorado do Juma”. Para se chegar lá, pega-se uma estrada de uns 60 quilômetros. Depois voadeiras nu autêntico "ponto de ônibus" para o garimpo.



Apuí

Esta é mais uma cidade do sertão do Amazona, perto da divisa com o Pará.
A maior parte da população da cidade é formada por “sulistas” que aqui chegaram como parte das levas de colonizadores na Transamazônica da Ditadura Militar. Cidadezinha planejada, pequena - suas ruas são transversais à estrada como parte de loteamentos. Apuí, porém, tem um comerciozinho pequenos. destaque para o número de hotéis na cidade. Há alguns poucos meses, a descoberta de um garimpo fez a cidade ser invadida por garimpeiros. A maior parte dos moradores da cidade estavam garimpando. Sábado de manhã, costumeiramente, as cidades pequenas ficam cheias de gente para a feira semanal: o povo vem da roça trazendo seus produtos, entopem o comércio local se abastecendo de produtos antes de retornarem. mas Apuí estava vazia. Sábado a noite, porém, as pensões, hoteizinhos, restaurantezinhos estava já lotadas de pessoas novamente.

O Juma

Perto de Apuí fica o rio Juma. Um bonito rio, dos mais bonitos que eu já vi. talvez na expectativa de chegar logo á cidade, paramos pra fotografar e olhar o rio. O cansação já batia duro. ver o Juma foi emocionante

Terras indígenas

Atravessamos a terra indígena Tenharim. Leo fotografou as aldeias. Mas eles cobram para fotografarmos. Do mesmo modo, cobram um pedágio para passarmos pela terra deles. Uma medida de prevenção digamos, afinal a terra é deles. Há insatisfação dos moradores da região que tem que circular pela Transamazônica com este pedágio. Porém, diversos grupos foram dizimados na construção desta e outras estradas pela Ditadura. na Cuiabá-Santarém, uma tribo inteira de mais de mil pessoas foi dizimada em menos de dois anos quando da construção da estrada. Na hidelétrica de Tucuruí, foi um crime o que fizeram com os Parakanãs. Não são 15 reais que a sociedade brasileira deve a estes povos.

Nas margens da Transamazônica...


testemunhamos varias areas desmatadas para criação de gado, numa espiral ao longo da estrada. O unico local onde havia ainda floresta pouco mexida era na área indígena Tenharim que atravessamos em direção a Apuí. No desertão da estrada, só gado. Não vimos gente. Um milagre. Bois derrubando a mata.


O rio Aripuanã


Já estávamos longe de Humaitá nos aproximando de Apuí. Atravessamos o rio Aripuanã de balsa. Um pouco à frente um campo cujos grãos haviam sido colhidos recentemente. Tão longe. O preço da terra facilita a chegada do “progresso”. Os “sulistas” compram a terra e vem fazer fortuna na Amazônia. Um gaúcho disse a mim e Ailton já em Apuí que o preço da fazenda dele na região não daria para ele comprar nem 10% de terras no Rio Grande do Sul. Na foto, lá embaixo a curva do rio Aripuanã na outra margem a floresta. detalhe: para chegar ao local onde tiramos esta foto, passamos por um campo já colhido de soja.


O rio Madeira


O Madeira é o rio mais carregado de sedimentos do planeta. Suas águas são barrentas, dá pra ver o barro em suspensão na água do rio. Um rio bonito, importante, com muita população nas margens. Também agora vetor de "progresso" - a hidrovia do Madeira vai ligar os campos produtores de grãos de Rondônia e sul do amazonas com o porto exportador de (porra eskeci o nome) perto de Manaus


Floresta, estrada, madeira, pasto – no futuro grãos (?)














Esta foto ai de baixo e paradigmática da ocupação predatória da amazônia. Lá está a floresta com sua majestade. Aí o “progresso” traz a estrada que facilita a ocupação humana. No rastro vem o madeireiro que preda a floresta de espécies de madeira com valor comercial. em conluio com este está o grileiro de terras públicas que esquenta terras do governo para fazendeiros. Após o madeireiro tirar a madeira, o fazendeiro “broca” (derruba a floresta) e a queima. Planta pasto, põe o boi. Se tem população na área? Isso é o de menos. É só expulsa-la.

sábado, 3 de fevereiro de 2007

De Humaitá pegamos horas sem fim em direção a Apuí

Ao longo da BR-230 (Transamazônica), fomos testemunhando a devastação para criação de gado principalmente. Mas também lugares aboslutamente incríveis, como este igarapé de baixo. Os rios são cristalinos as águas são de um chumbo escuro e de um frescor que não tem tamanho. Determinada altura não resistimos e paramos... Doce cansaço...Ai embaixo vcs vêem a molecada tomando banho. O careca brancão é o Leo.

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

Humaitá

Humaitá
Esta cidade do sul do Amazonas possui um alto índice de desmatamento. As áreas de cerrado no entorno da cidade já estão fortemente impactadas. Mais uma vez o responsável aqui é o “progresso” que chega à fronteira com força, modificando a vida da população de modo contraditório. Por um lado, para a população mais urbana, a cultura de grãos e a pecuária representa o progresso, esperança de melhoria de vida, geralmente pelas atividades rurais não agrícolas que advêm do agronegócios. Para a população rural ou tradicional as vantagens são poucas e as externalidades negativas são fortíssimas.

terça-feira, 23 de janeiro de 2007

Muitas perguntas...


Eu, Ailton e Leo só tínhamos dúvidas...Que bom, dizia o Bourdieu que o negócio é não se preocupar com as respostas certas mas com as perguntas corretas. Como passar da resistência à insurgência? Será esta estratégia de reforçar a sociedade civil capaz de conter ou amenizar o desmatamento? As respostas virão, aos poucos, é preciso ter paciência, por incrível que pareça... O importante é estar do lado certo.

A cara do Brasil

Me lembro de uma música do Milton Nascimento que dizia que " a novidade é que o Brasil não é só litoral/ é muito mais, muito mais que qualquer zona sul/ ficar de frente para o mar, de costas pro Brasil/não vai fazer desse lugar um bom país".
Tivemos uma reunião com as organizações agro-extrativistas do município de Lábrea na sede do sindicato dos Trabalhadores Rurais local. Engraçado, me lembrei daquela palavra de S. Paulo que fala da “loucura de Deus”. Se não me engano ele falava que o que é sanidade diante dos homens é loucura diante de Deus. E o que os homens interpretam como loucura é, na verdade, algo muito são e querido diante de Deus. Olhando o rosto daquele povo minha fé foi posta à prova mais uma vez: “O que pode este povo de ribeirinhos, pescadores, indígenas, coletores, agricultores contra a força do Capital que está transformando a Amazônia em mercadoria”. Mas ai...E daí? Eles podem mais que nós. Olhando pra trás nós testemunhamos que é a firmeza dos pequenos que têm detido ou atrapalhado o avanço das forças da destruição e que tem arrancado conquistas a ferro e a fogo.

A cara do Brasil

Me lembro de uma música do Milton Nascimento que dizia que " a novidade é que o Brasil não é só lirotal/ é muito mais que qualquer zona sul/ ficar de frente para o mar, de costas pro Brasil/não vai fazer desse lugar um bom país".
Tivemos uma reunião com as organizações agro-extrativistas do município de Lábrea na sede do sindicato dos Trabalhadores Rurais local. Engraçado, me lembrei daquela palavra de S. Paulo que fala da “loucura de Deus”. Se não me engano ele falava que o que é sanidade diante dos homens é loucura diante de Deus. E o que os homens interpretam como loucura é, na verdade, algo muito são e querido diante de Deus. Olhando o rosto daquele povo minha fé foi posta à prova mais uma vez: “O que pode este povo de ribeirinhos, pescadores, indígenas, coletores, agricultores contra a força do Capital que está transformando a Amazônia em mercadoria”. Mas ai...E daí? Eles podem mais que nós. Olhando pra trás nós testemunhamos que é a firmeza dos pequenos que têm detido ou atrapalhado o avanço das forças da destruição e que tem arrancado conquistas a ferro e a fogo. Como passar da resistência à insurgência? O resultado dessa luta? Quem sabe? O importante é estar do lado certo.

Uma casa....


Cada região sua arquitetura. Em Boca do Acre e Labrea, as tradicionais casas de madeira. A pintura é bem kitsc, dá um ar meio Andy Warhol a aquelas cidades tão fantásticas, parece que Lábrea e Boca do Acre saíram de um livro do Gabriel Garcia Marquez, bem diferentes de Humaitá... A foto está mal tirada mas reparem o comércio do lado esquerdo e a casinha mais pobre do lado direito

Lábrea, Amazonas


Esta é Lábrea, cidade situada nas margens do Rio Purus no sul do Amazonas. Típica cidade da região, ainda sem sentir tão duramente o impacto dos “agentes do progresso” vindos, geralmente do sul do Brasil.
Uma cidade sossegada, ainda bastante isolada – nela se chega pelo rio Purus, por avião ou pela precarissima Transamazônica. Sim, Lábrea é o final da Transamazônica, literalmente o fim da picada.
Mas tem um ovo fantástico de maravilhoso. Comunidades bem organizadas, com um tecido organizativo diversificado – encontramos o CIMI, a CPT, CNS, GTA, a Prelazia de Lábrea, Sindicato de trabalhadores rurais em inúmeras comunidades agroextrativistas ao - longo dos rios Purus e Ituxi. Mas uma galera resistente, organizada.


Voando para Lábrea....







Voando de Rio Branco para Lábrea (no sul do Amazonas), pudemos ter um sobrevôo obre a devastação crescente da floresta amazônica na região. Imensas clareiras surgiam no meio da floresta. As vezes o horizonte estava todo florestado, de repente aquela imensidão queimada ou já plantada de capim.
Alguns desmates seguindo o caminho das estradas (foto) um dos grandes vetores do desmatatamento na Amazônia – outros simplesmente no meio do nada. Como esses madeireiros chegaram ali meu Deus? Parecem ter caído de pára-quedas no meio da mata. Mas não é não, e que o caminho da grilagem de terras públicas chega longe e para o grileiro não existe distância. Assim, ele vai levando mais longe o “progresso”. Depois dele, o madeireiro e o fazendeiro. A floresta que se foda. E com elas os agricultores, ribeirinhos e indígenas. Para quem acredita que é impossível desmatar uma floresta tão pujante como a Amazônica é so ver algumas fotos que pus aí...


Finalmente.....


No dizer de um velho amigo, as organizações do povo mais pobre são que nem fogo no monturo. Não morre, fica ali fermentando. Vem a chuva, vem o sol, aquele calor escondido no monturo não se apaga. A forma como renasce a sociedade civil é diferente de anos atrás. Creio que o que pode acontecer naquele mundo de Boca do Acre é que aquele povo que está organizado, mas disperso continue organizado, mas outras bases, sempre criativas, mas certamente considerando questões que nos tempos de nascimento daquelas organizações não eram colocadas. Acho que é aí que está depositada a esperança deles. E a nossa também. E a da floresta também.

A CAEAP....


Preocupados com a produção, geração de renda etc, criaram a CAEAP – Central dos Agricultores Agroextrativistas do Acre e Purus – com o objetivo de comercializar a produção agroextrativistas da região. Funcionou por cerca de 5 anos aos trancos e barrancos. Mas funcionou. Porque não existe mais? Questões deles, não cabe colocar aqui.

O pagamento de renda...

Há 15 anos atrás os camponeses tinham que pagar renda a supostos donos da terra. Estas lideranças organizaram uma base amplíssima e se insurgiram contra a cobrança de renda. Tinham que se esconder, tomar caminhos escondidos no meio do mato para não morrer. Certamente uma luta desigual – um povo desarmado contra os coronéis armados e truculentos. Hoje ninguém mais paga renda naqueles lados do Purus.

Histórias fragmentadas...

As organizações populares são que nem um cristal, são muito débeis, seus processos de amadurecimento são ímpares, não existe teoria de RH ou de DI que dê conta disso. Feita de fluxos e refluxos, o fato é que a história deita suas sementes e só depois de muito tempo elas vêm a germinar. Boca do Acre faz parte da grande diocese do Acre e Purus, que teve um bispo heróico – D. Moacir Grecchi. E a resistência começou muto do trabalho da Igreja naqueles locais. Me lembro há muitos anos atrás quando eu ainda tinha cabelo preto, que escutava falar nas lutas dos ribeirinhos do Acre e Purus. E anos depois eu, já com cabelos branco, testemunho o que restou daquelas lutas. Restaram fragmentos. Retalhos de História, bonitas vitórias que aquele povo tem.

Boca do Acre tem história....


Sempre achei que o trabalho com grupos populares é mais uma troca entre bons contadores de história. Em vários momentos de nossas atividades com o pessoal de Boca do Acre, e de resto em outros municípios, ocorreu, por parte deles, uma contação de sem fim. É difícil que pessoas de fora desatem o fio da memória destes grupos, mas em vários momentos nós conseguimos. Eles abriram o jogo de suas debilidades tanto mais sentiram firmeza nos seus interlocutores. Nós éramos estranhos. Mas começaram a pensar em voz alta, a avaliar suas questões, a problematizar nossa proposta em relação a suas debilidades.
Na foto, algumas lideranças de Boca do Acre (da esquerda, Cosmo, Chuiquinho, Leo (CSF), Vito, Ailton (IIEB), Silvia. Fotografando estava o Marcos).

terça-feira, 16 de janeiro de 2007

Modos de vida

Visitamos o Lago Novo em Boca do Acre. Uma lagoa extensa nos arredores da cidade. esta lagoa e ligada ao rio Purus. Ao lado tem um lixao onde a prefeitura despeja toda a pdridão produzida pela cidade, contaminando o lago, atrapalhando a vida de mais de 50 familias. Quase fui comido vivo pelos micuins...Nunca me coçei tanto na minha vida.

Numa das fronteiras do desmatamento

Boca do Acre tem cerca de 60 mil habitantes, fica na divisa entre Acre e Amazonas. por aki sobe uma da fronteiras da soja, do gado, do latifundio, do desmatemento portanto. Esta cidade é pequena mas o municipio deve ser do tamanho de alguns paises europeus. Ainda tem mata. mas ela está acabando a passos largos. Mas tem esperança. A maior são as inumeras organizações populares que existem aki.

Lábrea, sul do Amazonas

Bem, finalmente já estou no sul do Amazonas. Meus companheiros são o Ailton do IIEB e o Leonardo do CSF - ambas organizações ambientalistas. Tive outro companheiro de viagem, o Marcos, que passou mal e voltou pra casa. Passamos os primeiros dias em Boca do Acre - cidade pequena, no entroncamento dos rios Acre e Purus. É perto de .lá que fica do Céu do Mapiá, a comunidade fundadora do Santo Daime. Foi muiot interessante a estadia em Boca do Acre. Pude rever organizações antigas na luta pela terra e contra a escravcidão nestas terras amazonicas. Sexta saimos de lá e fomor prá Porto Velho. Dia seguinte outro avião para Lábrea. É onde estou agora. depois eu vejo de mandar algumas fotos.
Ontem e hoje tivemos muito trabalho. Ontem aconteceu algo gozadissimo. Assim que chegamos à cidade, fomos para uma reunião com organizações agro-extrativistas da região. meio da reunião, entra no recinto um senhor baixinho de cabeça branca e sotaque estrangeiro. No final da reunião ele se aproximou de nós. Nos cumprimentou e eu perguntei: "O senhor é o padre da praóquia?" Ele me respondeu:"Não, sou o bispo da prelazia". Que bom né? Aqui ness rincão lá estava um bispo dos velhos e bons tempos.

segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

No Igarapé do Anta



Esta foto detonadfa ai de cima é do Igarapé do Anta (Santarem, interior do Pará). Uma pequena amostra do questá se dando na Amazonia. Local de dificil acesso, ao lado da Cuiabá-Santarem, estive lá em dezembro. Fazndo uma oficina. Amanha falo mais disso. An verdae to testando a colcoação de fotos (rs)

domingo, 7 de janeiro de 2007

Acabaram de me perguntar

um guri aqui do meu lado acabou de me perguntar que barca é essa que eu falo na minha apresentação. É um poema de Agostinho Netto que posto aqui.


No Povo encontramos a Força

Não basta que seja pura e justa a nossa causa.
É necessário que a pureza e a justiça existam dentro de nós.

Dos que vieram e conosco se aliaram muitos traziam sombras no olhar e
intenções estranhas.

Para alguns deles a razão da luta era só ódio: um ódio antigo
centrado e surdo como uma lança.

Para alguns outros era uma bolsa vazia (queriam enchê-la)
queriam enche-la com coisas sujas inconfessáveis.

Outros viemos.
Lutar para nós é ver aquilo que o povo quer realizado.
É ter a terra onde nascemos.
É sermos livres para trabalhar.
É ter para nós o que criamos
Lutar para nós é um destino,
é uma ponte entre a descrença e a certeza de um mundo novo.

Na mesma barca nos encontramos. Todos concordam, vamos lutar.
Lutar para que? Para dar vazão ao ódio antigo?
ou para ganharmos a liberdade e ter para nos o que criamos?

Na mesma barca nos encontramos, quem há de ser o timoneiro?
Ah as tramas que eles teceram! Ah as lutas que aí travamos!

Mantivemo-nos firmes: no povo
buscamos a força
e a razão.

Inexoravelmente
como uma onda que ninguém trava
vencemos
o povo tomou a direção da barca.

Mas a lição foi aprendida:

Não basta que seja pura e justa a nossa causa.
É necessário que a pureza e a justiça existam dentro de nós.

Agostinho Neto

Começando um blogger

Começando a escrever.....
sempre achei essa parada de blogger o cúmulo da vaidade pós- moderna. Sinto um enjoo enorme. Assim artistas frustrados, poetas punhetas, escritores que não publicam hoje fazem seu blog e postam.
No meu caso - aí vcs que julguem ok? a vontade enorme era de falar dos lugares por ond etenho andado.
Faz (ou fazem) mais ou menos sete anos, que a Providência tem me agraciado com a opoertunidade de andar pelo Brasil, pelo interior e pelas capitais testemunhando o florescer da Vida no meio da Morte, as formas como o povo miúdo, trabalhador e fudido resiste à sanha des-dignificadora do Capital.
Associações e sindicatos de trabalhadores rurais, Economia Solidaria, população tradicional - ribeirinhos, seringueiros, grupos indígenas de toda Nação são alguns dos companheiros desta viagem. Nas cidades, de novo o povo dos Empreendimentos Solidários, associações de moradores, cooperativas, grupos informais são outros caminhantes.
Assim, tenho visto e admirado formas de se organizar, problemas der todo tipo, soluções criativas lá na base da sociedade.
Além disso é bom conhecer um Brasil que a maioria dos urbanóides não conhece.
Portanto, camaradas, antes de querer ensinar, quero aqui é compartilhar as minhas estupefãções, minhas dúvidas e minhas esperanças.
Bem vindos amigos/as